Desde antes de nascer, o Rodrigo era Verbo e Substantivo, nas cartas que eu escrevia (me) preparando (para) sua chegada. Depois de nascido, começou o carinho de registrar seus pequenos e grandes passos, no "Livro de Histórias do Rodrigo". Parei no volume 2, atropelada pela impossibilidade de parar tudo para vê-lo crescer. Mas a distância de pessoas queridas me provocou a mudar a forma do registro. E foi aí que esse blog começou.
sábado, 26 de dezembro de 2009
É cada uma!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
desde seu nascimento que as mensagens de final de ano passaram a ter você como interlocutor privilegiado, como se no momento de "fechar para balanço" e celebrar a renovação das esperanças, me coubesse - como sua mãe - tentar organizar o que aprendemos juntos no ano que passou.
Este ano foi bastante intenso, cheio de desafios mas também conquistas. No primeiro semestre, a família toda finalmente se livrou da tese que, embora de minha responsabilidade, mobilizava todo mundo. Em julho, pela primeira vez em toda a sua vida, você ficou de férias com uma mãe que não tinha mais um relógio correndo por dentro! E no segundo semestre teve a defesa, teve o lançamento do livro e - nos espaços que o fim do doutorado abriu - teve muito softie sonhado e costurado, teve bolsinhas costuradas à mão, brincadeiras de massinha, cartas e cartões, muito colo, filminho e pipoca, teve fazer cookies para dar de presente, teve pesca com seu pai... Teve encontro e reencontro, sem pressa: como se finalmente os pés reaprendessem a dureza e a maciez de pisar o chão.
Também foi ano pleno de companhias. Mais próximas ou mais à distância, é difícil explicar o quanto houve amparo e mãos dadas no meio do furacão. Você também me deu a mão, filho: não sei se cedo demais ou se na hora certa, mas aprendeu que adultos também se perdem e têm dúvidas, e me deu de presente seu carinho e sua presença, verdadeiras âncoras para que as tempestades não me levassem pra muito longe.
Observação óbvia, você cresceu muito neste ano. E acho que todos nós crescemos junto com você, filho. Suas perguntas, seus desconcertos, seu estranhamento frente a este mundo ao qual já quase nos acostumamos são preciosos e os ajudam a descobrir novos significados para essa coisa de estar vivo. Nas suas alegrias, e também nas suas tristezas.
Como em nossa recente experiência com a perda. Mal chegamos de viagem e descobrimos que nossos pequeninos gerbis, a Thelma e a Louise, tinham morrido. Não sabemos como, nem porquê, e a falta de explicação só reforçou nosso desconcerto diante de um sono profundo demais do qual não pudemos acordá-las. Choramos juntos, por nossas pequeninas companheiras, e talvez eu tenha chorado também por ter que te ensinar tão cedo a se despedir, dessas despedidas definitivas.
Juntos, demos nosso tchau pra elas, agradecemos por tê-las em nossa vida por tanto tempo, avisamos que iremos sentir saudade. E o que mais achei bonito na sua dor foi sua coragem em enfrentá-la, em não se distrair dela, em chorar, peguntar, enunciar a saudade e a tristeza na falta do que você chamou de "suas companhias". É doído sim, filho, mas é tão bom ter afetos, não? Tão bom ter amigos queridos cuja presença no mundo nos conforta, e de quem sentimos falta. Tão bom não andar indiferente e poder ser afetado por presenças ou ausências...
Que no ano que começa, filho, a gente possa continuar caminhando de mãos dadas e prestando atenção aos caminhos que escolhemos.
Muitos beijos,
mamãe.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Veludo
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
São Paulo, mon amour
sábado, 31 de outubro de 2009
Logo de manhã...
- Filho, dá licença! Quero arrumar logo essa cama pra gente poder sair e chegar na loja antes que a rua encha...
- A lua encha?
- Não, Rô: a ru-a. Se fosse na lua, não tinha pressa, porque a lua é deserta.
- É, mãe? a lua é deserta? Lá tem camelo e pessoa?
Essas crianças são tão literais!!!
O que me lembra de quando falei para o Rô que ele ia ficar na vovó porque eu e o papai íamos ao lançamento do meu livro e ele arregalou os olhos e perguntou: "Lançamento? Você vai pegar o livro assim e jogar ele lá longe?" ;-)
Já imaginou, que perigo ir a um lançamento de livros desse tipo?
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Mais sobre a torta
Tiro a torta do forno e começo a cortar os pedaços. Comento:
- Puxa, Rô. A torta ficou sequinha, fez até casquinha.
Ao que Rodrigo comenta:
- É, mãe? Puxa! Será que ela tinha se machucado?
Atavismos
- Agora, é só esperar a torta ficar pronta!
Rodrigo abre os olhos espantados e confirma:
- Esperar ela ficar tonta?
Boa estratégia, né? Para comer a comida, nada melhor do que cansá-la ou deixá-la tonta ;-)
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Drummondiando
com teus olhos de pesquisa
e o que vejo
vira beleza (Alice Ruiz)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Quatro anos
Meu filho, querido
você já faz quatro anos! Quatro anos que passaram rápida e lentamente. Rapidamente porque, mal piscamos, e você já está assim: grande, esperto, falante e pensante; um transbordamento de pernas compridas, que escorrem de dentro do nosso colo na busca do chão. Lentamente porque, apesar de tudo, houve tempo para te acolher, para chamegar, para rir de cada graça nova que você fazia (e continua fazendo), de cada passo novo, de cada descoberta que você fez enquanto sua vida se resumia a estar em casa. Sou grata por isso, filho, por você ter cavado dentro de mim esses espaços de intenso presente.
Você cresceu tanto, que agora é uma pessoa inteiramente diversa de mim e do seu pai. Tem sua vida, seus pensamentos, seus amigos, seus segredos. E é tão gostoso (ainda que de vez em quando quase nos enlouqueça!) que você venha compartilhar uma parte de si conosco. Você conta, fala, canta, briga, conversa do momento em que acorda à hora de ir dormir. Não tem botão de desliga, filho, você quer devorar o mundo com sua curiosidade e a nós não resta senão te dar a mão.
Meu olhar pra você é de lente bifocal. Às vezes me assusto com o quanto você está grande, e estranho a ideia mesma de que um dia você já esteve dentro de mim; é que é incrível e milagroso, filho, e tudo o que posso fazer é me espantar e agradecer. Outras vezes, porém, te vejo como o pequenino que você ainda é, e meu coração se enche de ternura ao surpreender no menino esperto e independente, o Rodrigo que conheço desde antes de nascer.
Te conto histórias da barriga e de seu tempo de bebê, e você escuta com atenção, sorrindo e se divertindo com o tanto que cresceu. Não é só com saudade que te conto essas histórias; é para compartilhar contigo a alegria de te ver crescer; para que você saiba de onde veio, para que você tenha os fios para tecer a narrativa da sua vida.
Hoje você faz quatro anos. Quatro anos de uma mistura de sensações e emoções, de medo e de alegria, de sustos e descobertas, de todo modo, sempre intensas. Você tem tanta vida, filho, tanta vida que me obriga também a vivê-la de outras maneiras.
Parabéns, meu menino!
Beijocas na ponta do nariz.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Superlativos
Vai daí que, no sábado, estávamos no supermercado e, ao passarmos pela seção de frutas, Rodrigo exclamou, muito entusiasmado, apontando para as morangas:
- Olha, mãe! Que pitangão!
Imagem: daqui.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Pai que é pai
Não desgruda do "filho" nem na hora de fazer pose de herói lutador power-ranger azul!
domingo, 13 de setembro de 2009
Conselho
Rodrigo, sempre sábio, me aconselha:
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Reconhecimento
terça-feira, 1 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
Genealogia
Filho querido,
Ontem, no casamento da amiga da mamãe, você decidiu que iria tirar foto dos noivos. E foi inevitável lembrar do seu avô, de quem você carrega o nome, que por tanto tempo viveu de fotografias. Quando você crescer mais um pouco, provavelmente sua avó vai te contar dos tempos em que seu avô tinha "o foto" - uma loja de revelações, onde também se tiravam fotografias. Primeiro, em Marília; depois em São Bernardo, para onde seu avô trouxe os parentes um por um, até que o negócio ficou pequeno pra tanta gente.
Quando conheci seu pai e ele me explicou o significado do seu sobrenome - "uma fonte no meio da mata" - em seguida ele relativizou ao dizer que isso era o que contava seu avô, e que vindo do seu avô, tudo era possível.
Convivi pouco com seu avô, porque pouco depois que eu e seu pai começamos a namorar, ele adoeceu; no nosso casamento, não há fotos dele ou da sua avó, porque ele já não se sentia bem. E ele não viveu para saber que você viria, embora eu goste de achar que ele deu um jeito de saber e, de onde está, ri com a sua chegada e com as suas bagunças.
Deve rir sobretudo de ver como vocês se parecem: foi a primeira coisa que seu pai reparou, você mal tinha saído da barriga... Você tem o mesmo bico do seu avô Hakira; aliás, o mesmo bico do seu pai. Eu me divertia muito quando estávamos na sua avó, me distraía e, de repente, olhava e lá estavam, seu pai e seu avô assistindo TV, ambos fazendo bicos iguaizinhos...
Acho que porque eu era nova na família, seu avô adorava me contar histórias. Ele me contava histórias de carros, aventuras, "causos"... Era bom de papo, o seu avô. Fora da família, ele era conhecido como Joaquim (assim como a sua avó Lúcia, na verdade se chama Kiaka. Era pra ser Kioko, mas o moço do cartório não quis registrar uma menina com um nome terminado em O...), e todos os que conheci no velório pareciam se lembrar dele com muito carinho e respeito. Do Joaquim - esse homem que seu avô era fora de casa, junto a amigos, parceiros e clientes, - não posso te falar, Rô, pois não o conheci.
Posso te contar um pouco do Seu Hakira, de seu gosto por comidas fortes e apimentadas; de seu jeito de rir cúmplice das artes que o seu primo fazia; dos cabelos branquinhos, branquinhos; que ele gostava, como você, de iriko; que eu admirava muito o jeito com que sua avó o chamava de "meu marido", mistura de respeito, amor e solidez; que ele gostava de pescar e, talvez por isso, seu pai desconfiasse tanto que as histórias que ele contava fossem somente "conversa de pescador"...
É pouco o que posso te contar, Rô. Ainda assim, me espanta perceber como você carrega pedaços dele e é como se, então, eu ganhasse mais tempo para conhecê-lo.
E me encanta perceber que você é o entrelaçamento de tantas histórias e memórias: uma nova vida, mas que já carrega consigo tantas outras. É bonito, filho, que do seu avô, seja mais do que o nome aquilo que você continua.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Mais matutinas
- Mãe: sabe o que eu fiz ontem com o papai? Eu apaguei todas as luzes da casa e aí ficou tudo escuro...
Mesmo incapaz de abrir os olhos, não resisto à doçura do pequeno narrador.
- É filho? E vocês ficaram assustados?
Ele continua falando, se esquenta e resolve ir brincar de quebra-cabeças (nova paixão por aqui). Levanto, tomamos café, nos arrumamos para sair. E eu tinha compromisso cedo, então estava de olho no relógio. Como hoje é dia do rodízio e eu estava apressada, resolvemos chamar um táxi ao invés de irmos andando. Liguei num ponto: nada. Liguei em outro: nada. Tornei a ligar no primeiro: nada.
Rodrigo já se animando: - Mamãe, nós vamos ter que ir a pé!
Eu comentei então que estávamos atrasados, e que não daria tempo de andarmos. Ele então, super-macho, encostou a cadeira próximo à janela (tem rede de proteção, gente, calma...) e anunciou:
- Mãe: eu vou olhar daqui de cima, e quando aparecer um táxi a gente vai [mensagem traduzida: fica tranquila, que o homem da casa está aqui para nos proteger] :-)
Por fim, resolvemos caminhar para ver se aparecia algum táxi no caminho. Se não aparecesse.. pra que estressar, né? Iríamos andando mesmo, uai.
Finalmente, depois de três quarteirões encontramos um táxi. Ufa! Aí entramos no táxi e Rodrigo continuou suas observações no trânsito:
- Mãe, eu já sei porque tinha tanta fumaça de manhã [ele estava falando da neblina]: foram esses carros que soltaram.
Quase chegando na escola, ele comenta o brasão de uma associação, que tem uma espada, dizendo que é coisa de cavaleiro. Na mesma frase, comenta a "pesta" que está "naquela placa". Não entendo. Ele repete, falando mais alto. Continuo sem entender. Aí ele reclama:
- Ô mãe. A "pesta" da placa. Você não entende nada!
- Ah! (finalmente compreendo) A seta! Ô filho. Como assim eu não entendo nada? Poxa, eu bem que me esforço...
Vejam que, antes das 8h da manhã, a gente já tinha uma porção de causos pra contar :-)
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Hoje de manhã
E depois tomar café, trocar de roupa, ouvindo suas histórias e seus planos para o dia. É gostoso quando você vibra o sábado; é gostoso quando você sorri na hora de ir à escola...
Hoje, o tempo foi nosso amigo e o sol apareceu, então pudemos ir à escola caminhando. Pelo relógio, (muito) atrasados; pelo tempo marcado pelo carinho e pelo encontro, na horinha certa. Bem a tempo de de vermos as flores do canteiro desabrochando (- "Mãe, eu acho que ela abriu porque estava escuro, e ela abriu o olho para esperar amanhecer..."); as joaninhas que, plantadas, viram árvores; as formigas; o cachorro fazendo cocô no saquinho plástico - improviso de banheiro...; as pedras brancas e marrons pelas quais você inventa um caminho; a rua e seus barulhos e até o cachorro brabo que me lembra o Cachorrinho Samba...
Sua mãozinha quentinha dada à minha; você pesado e comprido no meu colo, na hora de atravessar a rua: meu filhote pequeno-grande.
E tão gostosa quanto essa proximidade mansa é chegar à escola, te ver pegar a bolsa, colocá-la decidido no ombro, e caminhar em direção à sala sem nem olhar pra trás: tanto orgulho, filho, que você saiba ficar e também saiba ir.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Pequeno Chef
Cheguei em casa, e o Edu tinha deixado o jantar quase pronto.
Aí, Rodrigo me relatou o processo culinário do pai:
- Mamãe, sabe o que o papai fez? Ele pegou o pão e fez farinha, aí ele misturou com a carne roída, e aí pôs cebola, alho e um ovo, aí misturou, misturou e fez um hamburgão pra gente!
Imagem: www.gettyimages.com.br
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Novo sistema de medição de calor
- Veja se está quente, filho.
- Ai, tá muito quente. Parece um hambúrguer!
- Quê?! Bom, veja se melhorou.
- Agora sim: parece um cuscuz (marroquinho, por suposto, que é o que ele devorou na volta da escola)!
Que graus o quê! O melhor sistema de mensuração de calor é o do Rodrigo: coool (parece picolé) ;-)
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
associação livre
sábado, 8 de agosto de 2009
Fordismo
- Júlia! Você passa no chocolate e eu coloco na forminha!
Enquanto ele estava definindo as funções, tudo bem. Mas dali a pouco, baixou o gerente no menino:
- Júlia! Passa esses aqui! Mamãe! dá logo o brigadeiro pra Júlia passar no chocolate e eu colocar na forminha!
Meu pequenino Henry Ford ;-)
Imagem: www.gettyimages.com.br
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Querido filho Rodrigo,
suas férias já acabaram e o mês, que era extenso e pleno de dias “vazios”, foi sendo preenchido rapidamente por momentos de descanso, visitas às avós, passeios, farras com as irmãs e também com uma porção de cheiros, beijos e abraços. Você cresceu, faz algum tempo que se sabe separado de mim, mas se aconchega, me dá beijinhos, pára tudo o que está fazendo para gritar “abraçôôô!”, abrindo amplamente os braços para me acolher. Vejá só: você cresceu tanto que agora podemos nos alternar na acolhida.
Uma delícia acordar com sua vozinha sorridente. Com a desculpa do frio que anda fazendo, cedo você vem para o nosso quarto, mostrando as mãozinhas –"olha, mamãe, tá gelado...” - pulando na cama para dividirmos um pouquinho de calor. Tanta doçura nessa proximidade; tanta leveza em despertar com suas curiosidades, descobertas e segredos. Você realmente tem a chave que dilata o tempo, filho.
(E estar perto com a desculpa de esquentar as mãos deve ser a estratégia charmosa que você herdou do seu pai: na primeira vez que ele e eu saímos, a uma certa altura, seu pai notou que minhas mãos estavam muito geladas e se ofereceu para esquentá-las. Quando você inventa esse jeito de estar perto, está rememorando essa história de amor feita de um dar as mãos que se repete desde aquele dia).
Você já voltou às aulas; seu pai já-já volta ao trabalho; suas irmãs voltam para a outra casa delas; eu já volto a procurar uma nova rotina. A vida segue seu fluxo e a gente volta a mergulhar nos ritmos cotidianos.
Mas me sinto grata por este mês em que, ao invés de seguir, pudemos parar para te olhar: tão lindo, tão grande, tão parecido com você mesmo.
Te amo muito, filho, todo dia mais um pouquinho. E depois dessa convivência tão intensa, te amo de um amor multiplicado por mil: transbordamento de calda quente no meu coração.
Beijoca na ponta do seu nariz-meleca.
terça-feira, 21 de julho de 2009
De manhã
terça-feira, 14 de julho de 2009
Códigos
Eu e Rodrigo na fármacia, procurando uma escova de dentes nova. Ele viu uma de que gostou, mas não era pra idade dele, então expliquei:
- Rô, essa não é pra criança do seu tamanho. A sua tem que ser dessas aqui, olha: de 2 a 4 anos. Veja, tem essas...
Ele examinou e fez sua escolha.
Já que estávamos lá, aproveitei para olhar protetor solar. Estava lá, ele me ofereceu um e eu disse que não, que eu não gostava daquele. Aí, ele veio me tentar me convencer:
- mãe, mas aqui está escrito que é para mulheres...hmmm...da sua idade!
domingo, 12 de julho de 2009
De amor e de sombras
- Mãe. O sol tá bem na minha cara. Eu não gosto.
- Ai, Rô, é chato mesmo, mas já-já a gente vira e o sol sai da sua cara.
- Tudo bem, mãe. Eu tô com a mão na "tomba".
- Ahn? Mão na tromba? Do elefante?
- Não, mãe. Na "tom-ba".
- O carro quase tromba?
- Não mãe. Aqui no escuro do sol... a "tomba".
- Ah!!!! A sombra, claro, meu filho...
:-)
sábado, 11 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Confundindo-se com as palavras
Gato de Botas
No final de semana passado, quando passamos rapidamente pela cidade na qual fica o sítio de uns amigos, vi que tinha uma coisa que o Rodrigo queria há tempos (nós é que não havíamos ainda encontrado no número dele): galochas!
Perguntamos, tinha o número dele. Os olhos do menino se iluminaram! E quando perguntei se ele queria a vermelha ou a azul, a resposta veio rápida: "A vermelha!".
Ele passou o final de semana inteiro andando pelo sítio, feliz da vida em suas galochas novas. Exploramos o lugar, colhemos quilos e quilos de limão cravo, pegamos alecrim, tomilho e hortelã na horta, vimos os cachorros, patos e galinhas e ainda pescamos peixes na peneira - de tão grande que eles eram, só na base da peneira mesmo ;-) E meu pequeno lenhador, o tempo todo de botas vermelhas.
Domingo à noite voltamos, e o plano fundamental da volta era "mostrar pro meu papai as minhas botas novas".
E na terça, quando fomos levar para uma amiga um pouco dos limões colhidos, tivemos que bater de novo à porta dela porque, na saída, ele fez um bico triste e comentou "ela nem viu as minhas botas"...
De modo que agora, mesmo no sol que anda fazendo, Rodrigo anda de botas. E vocês nem sabem como elas são mágicas: com elas, os pulos são mais altos, os sorrisos mais abertos, as poses muito mais heróicas...
sexta-feira, 3 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Rodrigo Partimpim
Eu, no meio da arrumação da casa, cantando a música da Adriana Partimpim.
- "Por que os dentes caem, por onde os filhos saem?"
A que o Rodrigo mais do que depressa me esclarece:
- Pela porta, mãe!
E não é? ;-)
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Pra distrair Agosto...
terça-feira, 23 de junho de 2009
Bruxinho
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Descobertas
O mais engraçado foi o serzinho, perguntando para as atendentes se tinha 'o libo do fango xadez". Só que esse nem era o nome do livro, aí ficamos os dois, pensando é "agora é sua vez" ou "agora é minha vez". Aí, mal ele viu a imagem no computador, já ficou feliz de ver que era aquele mesmo...
Na história, tem um frango xadrez, que vive a ciscar... E o Rodrigo ficava me dizendo que o frango não andava, que ele ficava na panela. Aí, deu-se o seguinte diálogo:
- mãe, o frango não anda.
- claro que anda, Rô. Olha aqui os pezinhos dele.
- mãe: frango não anda. Ele fica na panela.
- Filho: mamãe vai contar uma coisa pra você. O frango que vai pra panela, já foi vivo e andante. Aí, alguém pegou ele, matou e cozinhou.
- É? E pegou o frango? E aí o pintinho ficou "unhé, unhé" (fazendo cara de choro).
- Pois é, filho. Por isso é que eu não como carne.
- Eu também não, mãe.
- é, filho? Achei que você gostava um pouquinho.
- Eu gosto. Eu como a carninha, nham, nham, nham... (fazendo cara de quem está degustando algo muito bom).
Conversa doida...
E depois que fizemos foundue pra ele experimentar, todo dia o menino vem com o papo de que quer comer "queijo cozido"! Ótima definição... De desmascarar qualquer pretensão de chiqueza...
terça-feira, 9 de junho de 2009
Vampiros
- Vem ver, mãe, o meu vampiro!
- Puxa, filho, que assustador... Tô com medo!
- Não, mãe. Ele é bonitinho.
- Ele é o Ivan (como o Ivan Piro, do filme da Turma da Mônica)?
- Não, mãe. Ele é moderno.
- Moderno? Ele é um vampiro moderno?
- É, mãe. Sabe o que é moderno? É que ele morde...
Vampiros mordernos... Essa é nova...
segunda-feira, 8 de junho de 2009
17 de julho de 2008
- Olha, mãe, ele está de pijama! Viu? Rárárá...
Ainda na padaria:
- Mãe, você tem olho azul!
- Não, Rô, meu olho é castanho.
- É azul. E o meu é azul, igual o seu.
- Rô, o nosso olho é castanho, filho.
(Nervoso): - É A-ZUL!
- Rodrigo, já não te basta ser japonês loiro, agora você também quer ter olho azul?
- Mas meu olho é A-ZUL! A-ZUL de japonês...
Com a irmã, assistindo o desenho do Batman:
- Bia, eu não estou gostando mais desse. Eu PRECISO assistir "Vida de Inseto", combinado? (fazendo sinal de "jóia").
Edu pergunta se ele quer bolo, no café da manhã:
- Eu não gosto de bolo porque sou o homem-aranha.
Dá um tapa na Júlia:
- Ai, Rô, por que você fez isso?
- Porque eu sou o homem-aranha-nunca-bate-só-apanha!
Querendo subir no beliche, para acordar a irmã:
- Bia, vou subir.
- Toma cuidado, senão você cai.
- Não! Eu sou o homem-aranha e tenho pelinhos na ponta do dedo para grudar...
- Mãe. Eu vou ficar aqui, trabalhando com você (pegando lápis e papel e sentando na cadeira ao lado do computador; isso depois de tentar trancar a porta da cozinha, para eu não poder chegar no escritório e ser obrigada a ficar com ele na sala).
10 de julho de 2008
Saldo da manhã:
- um bolo de chocolate
- pão integral feito em casa
- suflê de espinafre
- casa com cheirinho de comida
- mãos e corações quentinhos
- filhote dormindo depois de tudo esparramado e feliz.
2 de julho de 2008
No caminho, Rodrigo arrancou uma folhinha que estava sob a pintura de um muro. Olhou e exclamou: "- Olha, mãe! É um coração!". E colocou a folha sobre o coração, todo lindo.
Aí resolveu guardar para não perder a folha e percebeu que seu bolso era pouco confiável. Disse a ele que guardaria na minha bolsa, já pegando a folha. Pra quê? O menino ficou bravo.
- "Mãe, você roubou meu coração!"
Roubei...Mas se roubei, Rodrigo, foi porque, foi porque te quero bem.
30 de junho de 2008
Rodrigo doente no meu colo enquanto eu tento (e "tento" seria a palavra fundamental aqui) trabalhar. E eu trabalhando e ouvindo Audioslave - no youtube, por favor, que o dia não tá fácil e dar uma olhadinha no Chris Cornell nunca é demais:
- Mãe, não pode ver o Cris Comél!
E tendo um telefone tão perto do computador, agora o monstrinho aprendeu a discar vários números, só para ouvir a voz na telefonista dizendo que "este número não existe" e que é melhor consultar uma lista telefônica...
Eu mereço!
Cantem comigo: "To be yourself is all that you can do..."
5 de junho de 2008
De umas semanas para cá, ele cismou com a história Quando Mamãe virou um Monstro (Joanna Harrison, BrinqueBook).
Pede para contar várias vezes e, depois que terminamos, começa a contar ele mesmo, com ênfase nos detalhes mais deliciosos: - E então...ela soltava fumaça, e fogo e um urro terrííível...E ele adora a parte em que ela esquece de tirar o cabelo de monstro e quase atende a porta toda descabelada.
Um dia, enquanto lia, comentei que de vez em quando eu também virava um monstro. Ao que ele, em toda a sua sabedoria, respondeu: - Eu também virei, mamãe! E o papai, e a Júlia e a Bia...
Moral da história: todo mundo de vez em quando vira monstro. Com pés, orelha, cabelo e rabão.
Hoje de manhã, eu ainda estava de pijamas, toda descabelada. E Rodrigo achou um pente. Foi então que ele teve uma idéia super carinhosa: - Vem aqui, mamãe, que eu vou pentear o seu cabelo de monstro.
Bem penteada, fiquei um pouquinho menos monstra.
Imagem: http://www.weno.com.br/blog/archives/2007_02.html
28 de maio de 2008
Tudo bem. Aí ele começa a tentar abrir a torneira no máximo, e eu explicando que não podia, que gastava muita água, que ia inundar a casa porque o ralo estava tampado e tal.
Depois de uns minutinhos, ele se conformou. E aí começou a mexer na água, no sabão, a esfregar o chinelo. Tudo isso dizendo:
- Eu vou te ajudar, mamãe. Eu quero fazer igual você...
No meio de tudo, ele solta:
- Mamãe, estou adorando essa brincadeira.
27 de maio de 2008
Um Rodriguinho faz muito bem pra gente;
dois Rodriguinhos já não faz tanto mais...
O que explica essa coisa tão estranha
é a lei dos rendimentos marginais...
Porque um Rodrigo já é suficiente,
porque um Rodrigo já nos satisfaz!
Agora, o que explica uma pessoa que põe conceito de microeconomia no meio da música pro filho?
Também tinha outra, que eu cantava durante a troca de fraldas, que era uma versão de Flor de ir embora (da Fátima Guedes):
Rô de bum-de-fora
É o Rô tão bonitinho que a mamãe adora...
E eu adoro brincar com as letras das músicas. Acho que foi muito gibi da Mônica quando eu era pequena...Quem se lembra da versão do Chico Bento para Disparada, do Geraldo Vandré?
Prepare seu carroção
pras coisa que eu vou botá
premero vai o leitão, premero vai o leitão...
Rio sozinha todas as vezes que me lembro.
11 de maio de 2008
Me chamou a atenção um comentário em especial, que dizia ser uma importante descoberta essa de perceber que os homens da geração de nossos pais eram confusos, um pouco meninos e não sabiam bem o que fazer conosco.
Meu marido é um "tantinho" mais velho que eu (está mais próximo em idade e geração à minha mãe do que de mim). No dia em que nos conhecemos, conversamos longamente, ele me contando de sua separação, da falta que lhe faziam as filhas, do imenso esforço em não perder o convívio com elas...Essa certamente foi uma das coisas que me seduziram nele: essa clareza de não perder de vista seu papel de pai só porque o casamento tinha acabado.
Algumas vezes me peguei pensando quanta diferença fazia se separar há 20 anos (quando isso não era comum) e há 10. É pouco tempo, mas estamos separados por um abismo no que se refere às representações de família, casamento, indivíduo...
Separar-se - ou ser filho de pais separados - era um estigma, motivo de pena ou desculpa para maus comportamentos. Era razão para ser mandado para a terapia, para ser discriminado na escola... Ser separado era sinal de fracasso pessoal, da incapacidade de conciliar as diferenças ou egoísmo frente ao desamparo dos filhos. Era partindo dessa constatação que eu entendia, em parte, o comportamento do meu pai logo após a separação.
E por isso também a minha admiração pelo Edu era maior: eu achava que ele era muito moderno, muito cosmopolita nessa coisa de distinguir os papéis e saber manter-se perto; de não ter suportado a idéia de se afastar para "se resolver" com suas dores em nenhum momento. A Bia e a Jú sempre foram filhas dela e ponto. Sem dúvida; sem nem uma sombra de dúvida.
Mas vejam: isso não o torna menos desajeitado em seu amor por elas. Ele não tem nada de menino, é super adulto. Ele não se ausenta - pelo menos não fisicamente. Mas não sabe bem o que fazer com essas duas meninas (na verdade, hoje uma mulher e uma menina-moça), não sabe como chegar perto delas... Podem ser os ecos nipônicos em sua alma; podem ser os reflexos de geração: não sei bem se importa. O fato é que ele é desajeitado e provavelmente elas têm em relação a ele sentimentos tão ambíguos quanto o que nós temos por nossos pais - essa mistura de admiração e distanciamento, de amor e ódio, de aconchego e dureza.
Acho que as dores todas aparecem - em relação a pais, em relação a mães - porque a gente sempre espera (mesmo quando cresce e descobre que eles não são super heróis) que eles nos cuidem, que saibam o que fazer, que nos orientem, que nos protejam...A gente às vezes se relaciona com o papel, e não com a pessoa. Ou nos relacionamos com aquela imagem de pai e mãe que nos ficou da infância, com dificuldades de perceber que mudamos nós, mudaram eles.
Talvez seja por isso que eu aposto numa relação com o Rô que às vezes nem sei bem se é de mãe e filho. Somos nós dois, nos reconhecendo o tempo todo. Isso não significa deixar de cuidar dele, de mostrar a ele o certo e o errado, nem me recusar a oferecer a ele alguns contornos claros sobre o que é a vida. Significa sim um olhar atento, o reconhecimento junto com ele que de vez em quando erro, perco a cabeça, não sou perfeita, enfim. Mas estou aqui, com ele, pro que der e vier.
É tão difícil. O mais comum é se sentir desajeitado diante dos outros, tanto mais diante dos seres pequeninos que nos amam, nos olham tão de perto e esperam de nós toda certeza do mundo. Nessas horas, é mais fácil ser um papel - nos aproximarmos do que imaginamos que são as mães, os pais, e agir como se soubéssemos exatamente o que estamos fazendo. Mesmo que na maior parte das vezes não saibamos. Mesmo que vira e mexe a gente se sinta tão criança quanto o filho que espera de nós uma resposta.
Tem jeito de não ser desajeitado quando a gente contém no corpo tanto amor?
Imagem: http://familias-online.blogspot.com/2007/05/famlia-ontem-hoje-amanh-sempre.html
12 de maio de 2008
-Estou com foooome...de mamãe!
Meu filho aprendeu a falar de falta. E de desejo.
10 de maio de 2008
"A vida é tão bonita, basta um beijo e a delicada engrenagem movimenta-se, Uma necessidade cósmica nos protege".
(Adélia Prado)É como se uma porta tivesse sido aberta: talvez porque é difícil ser mãe sem se desdobrar, desdobraram-se em mim outras formas de ser mulher, de ser pessoa, de experimentar a vida, de ser corpo e de ser alma.
Acho que foi com o Rô que redescobri como a vida é bonita. Levando-o ao teatro, cantando canções antigas (como "Minha Canção", dos Saltimbancos) e descobrindo com ele canções novas (como "Só quero ver", do Palavra Cantada), contando para ele histórias que tanto significam para mim (como Chapeuzinho Amarelo, do Chico Buarque) e contando também histórias que passaram a significar para nós (como Raimundo e a Menor Banda do Mundo, do Sérgio Serrano).
É impressionante como a gente pode ir deixando de lado as coisas que ama - eu adoro teatro, literatura, música... Mas só quando o Rô nasceu é que me dei conta de que tinha largado mão de tantas coisas que tinham tanto a ver com quem sou, do que gosto.
Logo que ele nasceu e me olhou com seus olhos de curiosidade e reconhecimento e, depois disso, todas as vezes que ele me olha tentando entender o mundo, me vejo obrigada a reconhecer quem eu sou e o que é o mundo para mim.
Nas peças que íamos ver, eu ficava tão maravilhada quanto ele com as cenas, as delicadezas, as surpresas de cor e som. Nos shows - mesmo os em DVD, como do Palavra Cantada e da Adriana Partimpim - a gente ia descobrindo juntos um trechinho novo de música, uma cara nova, um instrumento novo. E as histórias, são sempre uma delícia, de tempos em tempos ele cisma com uma diferente e aí é um contar e recontar até ele mesmo ser capaz de reproduzir a história, com as minhas próprias caras e bocas, guardando melhor os trechos que para ele significam mais.
E a cada momento desses, eu sei: a vida é tão bonita.
Não tem nada a ver com uma negação da realidade, como no filme "A vida é bela"; não é preciso mascarar a realidade, nem enfeitá-la, nem torcê-la até que pareça que estamos vivendo no interior de uma ficção. Sem comerciais de margarina, please.
(Sou muito mais a franqueza da Dora, de Central do Brasil, dizendo pro menino que sua mãe não vai mais voltar).
Acho que é mais uma coisa meio drummondiana, tipo a flor que nasce no asfalto. O bonito é que mesmo em tanta dureza, feiúra, maldade, dor, nasçam flores. Nasça uma cena que arrepia; um texto que leva às lágrimas; uma música que transforma tudo o mais em silêncio; uma textura que surpreende e encanta. A vida é bonita porque nesse leve assombro que nos entreabre a boca, as margens da vida se ampliam um pouco e a esperança volta a ser possível.
Antes do Rodrigo, acho até que eu era feliz. Mas depois dele, sou muito mais intensa, muito mais corpo, muito mais alma, muito mais leonina: muito mais humana. Sofro mais, gozo mais. O açucar é mais doce e o sal mais salgado.
E eu adoro.
Fonte: http://www.weinstein.com/chagall/marc-chagall.html
9 de maio de 2008
Por isso hoje, ainda que tenha alguns assuntos sobre os quais gostaria de escrever, só amanhã.
Só conto rapidinho uma conversa com o Rodrigo, às 7h da manhã. No meio da madrugada, o bichinho tinhado ficado com frio e tinha pedido vir para a nossa cama (ele ainda perdeu o sono, ficou me cutucando até umas 5h30, mas deixa para lá...). Então, às 7h escuto uma vozinha meio sussurrada: "quero mamaaaar, quero mamaaaar".
Levantei, dei mamá para ele e, como sempre, quando acabou ele ficou jogado no meu colo, rindo muuuito. Mas em seguida pediu a chupeta (um dia conto a saga da chupeta, tanto das razões de termos dado, quanto da dificuldade em ajudá-lo a se livrar do vício).
- Quero a chupeeeta (ainda deitado no meu colo).
- Ah, Rô. Não. Pra que chupeta, vamos tomar café.
- Mas mãe, eu tô com fooome de chupeeeta.
Essa foi nova!
E na hora de ir para a escola, ele resolveu que ia:
- - de papetes do homem-aranha, usadas com meia;
- - de luvas
- - com o chapéu de caubói que ganhou do pai.
- Não! Não quero buscar a Júlia. Quero ir para casa, ver meu presentinho.
Interesseiro?
Aí agora só quer saber do chapéu. De manhã, quando me comunicou que iria levar o chapéu na escola, comentou:
- Vou levar na escola, esse chapéu que é da minha casinha, pra mostrar pro pessoal. Eu vou deixar a A. L. e o P.G. brincarem, tá mãe?
Ai, ai. E não tem nem três anos...
5 de maio de 2008
Eu e o Rodrigo no café da manhã, ele comendo roll de côco:
- Filho, o papai vai viajar e vamos ficar só nós dois uns dias.
- É mãe? O papai não vai ficar aqui com a gente?
- Não, filho. Vamos ficar só nós dois.
- E o bolinho de côco, né?
2 de maio de 2008
Hora do lanche, Rodrigo pedindo Coca-Cola:
- Quero Coca-Cola!
- Então espera que a Bia vai pegar outro copo.
Enquanto isso, Rodrigo fica fazendo bagunça com o copo de suco de soja que ele estava tomando. E eu digo para ele parar. Como ele não pára, aviso:
- Se você não parar agora, não vai tomar Coca-Cola. Um. Dois. Três. Não vai mais tomar.
Arrependido, ma non troppo:
- Desculpe, mamãe. Eu quero Coca-Cola.
- Mas você vai se comportar?
- Não.
Como disse a Júlia (a irmã do meio): Sinceridade é tudo.
30 de abril de 2008
- É, filho, é lindo esse avental.
- Mãe, eu vou lavar louça.
- ...
- Mãe, fecha aqui pra mim, o meu cinto de estrelinha.
- Pronto, filho, fechei.
- Mãe, cadê o papai e a mamãe do passarinho?
- Não sei filho.
- Ele está triste, mãe.
- Então vamos procurar o papai e a mamãe dele.
- Vamos!
Rodrigo ontem, recém chegado da escola.
- Mãe, quero ver Chiriro. Só um pouquiiiinho (mostrando com os dedinhos o pouquinho).
- Tá filho. Um pouquinho.
- Mãe, eu gosto da Chiriro. Eu não tenho mais medo.
- Que bom, né filho?
Depois de dois minutos de filme:
- Mãe, quero ver muuito (aumentando a distância dos dedinhos para fazer um muiiito).
***
Rodrigo hoje, saindo da escola, andando na viela. (A gente costuma parar o carro na rua de trás, para não muvucar demais a porta da escola e poder pegá-lo com tranquilidade).
- Olha, filho. Quem está aí na frente?
- É o P. G.!
- É mesmo, ele está com a mamãe dele.
- Ele é da escola.
- Como assim? E você não é da escola?
- Não. Eu sou da mamãe.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!
Rodrigo, assistindo Chiriro de novo e conversando com a Bia.
- Bia, vai aparecer um jacaré muito forte.
Era o dragão...
***
E hoje ele ganhou um presente: duas camisetas do homem-aranha (sério, gente, eu não aguentava mais a chateação dele quando a única que ele tinha estava lavando...).
Chegamos em casa e ele mais que depressa pediu para vestir uma.
Aí estava sentado, com a camiseta nova, comendo um pedaço de bolo de cenoura.
- Mamãe, eu estou feliz.
Beijos, beijos e mais beijos da mamãe na criatura.
29 de abril de 2008
Conheci primeiro os da Bettina, lá do sul. Achei tudo lindo e fiquei animada com a perspectiva de carregar o filhote daquele jeito. Mas o tempo foi voando, o Rodrigo resolveu nascer 3 semanas antes do previsto e eu até ia me esquecendo do tal do sling...
Mas como a necessidade é a melhor amiga das boas idéias, quando o Rô estava com cerca de um mês e eu super cansada, sem conseguir sair de casa (as ruas aqui perto são intransitáveis com carrinhos...), lembrei do sling. E corri procurar uma alternativa mais próxima de SP (leia-se: mais rápida e portanto mais adequada à minha situação de desespero).
Foi então que encontrei a Analy (que naquela época tinha o www.babywearing.com.br) e encomendei um sling, nem me lembro mais de que cor era. Ela ainda havia me prevenido que era melhor ver os tecidos ao vivo...Quando chegamos à slingada, me apaixonei pelo sling vermelho - e o Rodrigo também gostou da novidade. Ficou quietinho, com uns olhões bem abertos prestando atenção em tudo.
(Foi por meio da Analy que eu conheci a Materna e tenho certeza que essa rede de mulheres e mães maravilhosas foi fundamental para a minha experiência de ser mãe. As experiências partilhadas põem em xeque modelos estabelecidos, ampliam o repertório e abrem espaço para que a maternidade seja exercida a partir de um olhar atento aos nossos queridos filhotes - como são, e não como gostaríamos que eles fossem).
Bom. Daí que nunca mais paramos de andar de sling, né? Rodrigo estava com cólicas? Era colocá-lo sentado no sling, que tudo se resolvia; o problema era agitação? lá ia o menino para o sling passear pelo bairro; a mãe é que estava estressada? passeio na gente que em meia quadra caminhada tudo ficava mais tranqüilo... O Edu também adorava caminhar com o serzinho penduradinho.
Quando ele começou a comer frutas, íamos ao CEASA e o Rodrigo era a sensação dos vendedores. Vez em quando aparecia alguém para perguntar se ele não estava apertado, machucado etc. Mas em geral as pessoas se encantavam. Porque a segurança que o Rô sentia transparecia na carinha dele, na simpatia para com as pessoas...Pena que não temos foto dele sentado no sling, feliz da vida, comendo melancia (ou banana ou pêra ou mexerica já que ele ganhava pedaço de tudo quanto era fruta).
Ele está pesado para usar o sling agora. Mas isso não significa que tenhamos deixado de carregá-lo. Porque quando as costas começaram a reclamar, compramos um mei-tai (que está na foto). Cansei de fazer comida com ele amarrado nas costas. Às vezes ele estava com sono, mas não queria dormir, então eu o colocava nas costas e, mal começava a cozinhar, ele já estava dormindo.
Hoje usamos mais para passear e mais na frente (ele diz que tem medo de cair das costas). O fato é que ainda é muito gostoso carregá-lo pertinho de mim. No mei-tai, parece que estamos num abraço sem pressa e sem fim. Ele se aconchega e só vai curtindo a paisagem.
Não acho que colo e carinho des-eduquem ou deixem mal acostumado. Não mesmo. As crianças têm necessidades diferentes e o Rô desde pequeno exigia muito contato físico e proximidade com a gente. Se não fosse o sling, acho que teríamos pirado. O sling, assim, tornou possível dar a ele toda a proximidade que ele pedia sem que para isso tivéssemos que abrir mão de tudo e focar apenas nele. Porque a atenção de que ele precisava não tinha a ver com o olhar, o falar...Tinha a ver com pele, com o cheiro, com os ritmos do corpo.
Numa viagem para Londrina, perdemos o sling vermelho. Fiquei tão triste. Porque era um pano que embalara sonos, sonhos, descobertas e é como se parte dos primeiros anos do Rô tivesse ficado impresso nele, nas marcas, manchas e cheiros.
Fazer o quê? O mais importante, acredito, está impresso na memória e no corpo do Rodrigo. Um lugar-tempo de conforto ao qual ele sempre poderá voltar durante a vida.
25 de abril de 2008
Quando finalmente despertou, pediu para tirar o macacão-cobertor que vai por cima de tudo. E se espantou com as meias.
- É filho, um par.
- Tem estrelinhas.
- É mesmo, Rô.
- A sua não tem estrelinhas.
- Não, filho. A minha não tem.
- Quando você crescer, você vai poder ter meias de estrelinha, mãe.
Oba! Não vejo a hora...
Quando estou
nos braços teus,
sinto o mundo
bocejar...
Quando estás nos braços meus,
sinto a vida descansar.
No calor do teu carinho
sou menino-passarinho
com vontade de voar...
Sou menino-passarinho
com vontade de voar.
23 de abril de 2008
Quando, depois de muitos anos, conseguimos reunir uma trupe de mulheres muito queridas e especiais para uma noite de curtição, não podia dar outra: a terra tremeu.
- Vai ver um filme na sala, Rô.
- Não.
- Você não quer ver filme?
- Não, mamãe. Eu vou mamar ainda.
- É?
- Eu vou mamar ainda, antes de ver filme.
E assim foi. Mamou e foi todo contente para a sala ver "o filme da lampadinha" (lembram daquele curta da Pixar?). E eu que estava achando que depois da estomatite o menino ia desencanar de mamar...
21 de abril de 2008
Feriados prolongados com chuva, frio e criança pequena podem ser bem cansativos. Ainda mais se a criança em questão saiu de uma doença chatinha que a deixou cheia de açucar e mimos...
Mas por outro lado, essa convivência mais intensiva é tão gostosa. Especialmente porque dá para acompanhar nas coisas mais pequenininhas o quanto o Rô está crescendo.
O título do post é o nome de um livro da Madalena Freire. Eu li pela primeira vez há mais de doze anos, enquanto fazia magistério, e fiquei encantada. Para mim, moça do interior, que lidava com uma realidade completamente diferente nos meus estágios, foi uma grande alegria conhecer de maneira tão concreta outra maneira de educar, ainda mais crianças tão pequeninas.
E o termo que ela usa "paixão de conhecer o mundo" ficou sendo para mim o jeito mais preciso de dizer da relação com o conhecimento que uma escola deveria ser capaz de despertar em seus alunos.
O tempo passou e eu nunca cheguei a trabalhar com educação infantil. Logo que tinha terminado o magistério, não me sentia nem um pouco segura para trabalhar com criança pequena, mesmo tendo certeza que eles aprendem "apesar" da gente. Para mim, esses momentos tão fundamentais (As Etapas Decisivas da Infância, de que fala a Françoise Dolto) tinham que ser vividos junto a professores mais experientes e não junto a uma moleca de 18 anos, sem maturidade, sem repertório...
Mas a vida dá voltas e quando já estava quase terminando a faculdade, o primeiro trabalho que fui fazer foi de educação - educação no trabalho, com cooperados de uma cooperativa cheia de ambigüidades, num intenso processo vivido com mais 7 pessoas maravilhosas e sob supervisão da Fátima Freire Dowbor. Daquelas experiências transformadoras, que certamente ecoa até hoje na minha prática e reflexão. E uma experiência que também me ajudou a refazer meus laços com a educação, com essa responsabilidade tão imensa de conduzir um processo junto com um grupo de pessoas (crianças ou não).
Depois que o Rodrigo nasceu, passei para o outro lado da escola - não mais como educadora, mas como mãe. O Rodrigo ficou em um berçário dos quatro meses até pouco mais de um ano. Quando ele começou a se mover, a compreender melhor as coisas, resolvemos mudá-lo de escola. O berçário em que ele estava tinha umas coisas - comuns em grande parte das escolas infantis, mas que mesmo assim - me incomodavam. As principais eram deixar que as crianças chamassem as professoras de tia e colocar Xuxa para as crianças ouvirem. O Edu diz que é chatice minha, mas eu lia essas coisas como indicadores de que se tratava de uma prática sem reflexão. E como raios prática sem reflexão poderia levar à paixão de conhecer o mundo?
Procuramos algumas escolas e, por sorte, encontramos uma bem pertinho, que tinha um espaço amplo e gostoso e profissionais bem preparados. Foi a melhor coisa que fizemos, mudar o Rô para essa escola.
No ano passado, que o Rô estava no G1, a gente já percebia como o Rô gostava e se encantava com as coisas que ia aprendendo. Tão pequenininho e ele se envolvia com os temas, as histórias, as brincadeiras...E esse ano, em que ele já fala pelos cotovelos, dá para perceber como o experimentar nessa fase se liga à imitação, ao esforço de compreender as sensações do outro, os significados do que se diz e como se diz. Acho um barato.
Porque de um lado tem essa descoberta das sensações e sentimentos - e aí o trabalho nosso e da escola de ajudá-lo a nomear essas coisas - e tem a descoberta do próprio mundo - as músicas, brincadeiras, bichos, livros, linguagens. É tão bacana. Em vários momentos me pego boquiaberta diante desse olhar curioso que ele tem para a vida. É claro que é coisa de criança, mas para mim também é clara a influência que a escola e as pessoas que nela estão tem para a maneira com que isso se expressa. Olho pro Rô e sinto que ele é livre, que ele já tem algumas ferramentas para se colocar no mundo: ele já está no mundo. E me leva pela mão com ele, para eu ensiná-lo, para ele me ensinar.
O que mais pode querer uma mãe?
Fonte da imagem: http://jardimdaalegria.blogspot.com/2007/03/educao-infantil-artes-pequenos-artistas.html
Aviso
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Solução avançada de problemas
Enfim. Fato é que Rodrigo é filho de mãe natureba e vegetariana e pai com um pé na junkie food. Então, ontem no lanche tinha hambúrguer de soja e orégano e também salsichas. O que o menino fez? Montou um sanduíche em pão de hambúrger recheado com...hambúrguer de soja & salsichas. Ao mesmo tempo. E pôs catchup em tudo.
Sem crise, sem esquizofrenia... Embora, para minha tristeza, ele só tenha comido as salsichas :-( e eu juro que é um hambúrguer de soja bem gostoso.
Imagem: www.gettyimages.com.br
sábado, 25 de abril de 2009
O mundo
Comecei a cantar e quando chegou na segunda estrofe, em que a música diz:
Fique assim, fique assim sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim e você...
Rodrigo me interrompeu:
- Mas mãe, o mundo não é ruim.
E eu concordei, "é, filho, não é".
Mas me deu vontade de continuar a cantar a música e explicar que, de vez em quando, o mundo parece sim ruim; talvez de vez em quando, ele até seja de fato. Quando a gente se desilude, quando a gente desacredita, quando a gente se desespera e só tem espaço pro bicho-papão.
Que bom, Rô, que pra você, pelo menos por enquanto, a vida é bem mais do que o bicho-papão. Que bom, filho, que mesmo com essa correria de ultimamente, essa tese que nunca termina, você sabe que o mundo é bom. Ou bão.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Diálogos
- Quem quer ir na minha casa põe o dedo aqui, que já vai fechar!
De modo que tive que me render ao fato de que agora, todos os dias, quando chego para buscá-lo, uma porção de pipoquinhos vêm me perguntar se podem "ir na casa do Rô".
Numa dessas, o G. me perguntou:
- Posso ir na casa do Rô?
- Pode, G. Mas eu tenho que conversar com a sua mãe e o problema é que tenho que encontrar com ela aqui na escola porque não tenho o telefone dela.
E o G., desconfiadíssimo de que aquele papo era pura enrolação:
- Mas ela tem telefone! Um grande e outro pequeno...
E ontem à noite, Rodrigo comeu um pedaço do ovo de Páscoa que ganhou da avó e, ainda que o pedaço fosse pequeno, o ser deu uma surtada geral e ficou fazendo show no meio da sala. A gente até brincou que a Júlia, que no ano passado se formou em balé clássico, vai ficar desgostosa da vida porque o Rodrigo claramente vai entrar mesmo é pro Grupo Corpo ;-) Era uma tal mistura de pulos, saltos, movimentos de capoeira que sabe que no fim ficou até harmonioso? Fora o orgulho do menino, né: "mãe, sabe o que eu sei fazer?". Ai, como eu amo e me emociono com tudo o que ela já sabe fazer!
Mas fato é que o menino queria silêncio na hora do show. E mandou todo mundo - eu, o pai, as irmãs - passarmos zíper na boca. A gente ameçava começar a conversar, e rolava um "shhh! Zíper na boca!". Até que a Bia resolveu provocar e começou a batucar a mesa. o Rô no começo não deu bola, mas quando percebeu, mandou de novo o tal zíper na boca. Como se não surtisse efeito e reparando melhor na origem do barulho, tascou: "- Zíper na mão!". Meu! Eu fico besta de ver como ele não passa recibo pra nada!
quinta-feira, 26 de março de 2009
Sabedoria
Íamos de mãos dadas, cantarolando. Acabada a música que estávamos cantando, comecei outra:
- Sambalelê tá doente...
(e ele): tá com a cabeça quebrada...
(e eu): Sambalelê precisava...
(e ele): é... de beijinhos...
Olha lá, não é que é mesmo? Quem se machuca precisa é de beijinhos! Que bom, filho, que é essa a lição que você aprendeu.
Imagem: www.gettyimages.com
domingo, 8 de março de 2009
Confiança
Quando contei pra ele do convite, os olhos dele brilharam e ele já foi logo arrumando as coisas, preparando sua mala de brinquedos, colocando os seus crocs de cores diferentes (fiz isso uma vez e agora não tem jeito: o menino só quer usar um croc de cada cor)... Fomos andando, sem pressa até a casa do amigo. E eu explicando para ele que eu iria deixá-lo lá, que voltava para buscá-lo às 15h, que qualquer coisa ele podia me ligar, que ele deveria escutar e obedecer a M. (mãe do F.)...
Chegamos lá e o F. na maior alegria, pois além do Rô, o P.C. também iria! Entrei com o Rô, ele meio tímido, reconhecendo o terreno, olhando com curiosidade mas sem soltar minha mão. Fomos para o quarto do F. e o Rô sentado do meu lado. Depois de um tempinho, disse a ele: "filho, acho que eu já vou indo", ao que ele respondeu "ainda não, mamãe. Fica mais um pouquinho".
O F. que, ótimo!, tentava me dar um pouco de chá de simancol: "olha, você vem buscar o Rô depois de horas", como a dizer, "pra voltar, minha flor, você primeiro tem que ir!" (três anos, minha gente, vamos lembrar que os seres só têm três anos...).
Bom, fato foi que, de repente, o Rodrigo veio, me deu um abraço bem apertado e me disse: "pronto, mãe, agora você já pode ir". Me levou até o portão, me deu um beijo e foi brincar!
Coisa boa aprender a deixar partir, confiando no amor e na volta. Não canso de me espantar: como cresce esse meu filho!
Imagem: www.gettyimages.com.br
domingo, 1 de março de 2009
O mundo é bão
Mas ontem, no supermercado, foi especial. Ele estava alegre - tinha dormido bastante e estava bem alimentado ;-) - e começou a cantar bem alto "O mundo é bão, Sebastião"! Só o refrão, váááárias e várias vezes.
Mais cedo, ele estava me fazendo companhia no escritório, e se pôs a me desenhar (a inspiração também se expressa nos desenhos, colagens, pinturas e artes com massinha). Fez o tronco - ele agora aprendeu que pessoas têm tronco, assim como as árvores; embora nós tenhamos coração e as árvores não - pernas, e braços. E aí resolveu pôr o toque final: "mamãe, agora eu vou fazer as suas espinhas"! E fez um monte de pintinhas na minha cara... Nada como um pintor realista :-)
* Update: acabei de descobrir que o Rô tinha gostado tanto da música porque achou que era "O mundo é pão, Sebastião..."
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Tia Pinky Dinky Doo
Mas dessa vez não é coisa do Rô que vou contar, não. É do Diego, mesmo, meu sobrinho, de quatro anos.
Eu nem me lembro do que estava falando, acho que estava explicando alguma coisa para a Juju (minha sobrinha mais velha) ou então tentando enlouquecer o Rodrigo com os trocadilhos que faço de vez em quando a partir das perguntas dele.
Fato foi que minha mãe comentou, pro Diego:
- Essa sua tia Bibi!
Ao que ele respondeu:
- Ela é cheia de palavra! Igual à Pinky Dinky Doo...
Imagem: http://archive.sesameworkshop.org/aboutus/pressroom/presskits/pinkypress/character_bios.php
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Interjeições
-Ué! Tava aqui...
Vira e mexe também rola um: - Puxa, mamãe!