As expressões do amor
Meu sangue de pesquisadora não me abandonou nem mesmo durante a gravidez: eu queria saber tudo, conhecer tudo, me preparar da melhor maneira. E foi nessas pesquisas que conheci os carregadores de pano, os slings.
Conheci primeiro os da Bettina, lá do sul. Achei tudo lindo e fiquei animada com a perspectiva de carregar o filhote daquele jeito. Mas o tempo foi voando, o Rodrigo resolveu nascer 3 semanas antes do previsto e eu até ia me esquecendo do tal do sling...
Mas como a necessidade é a melhor amiga das boas idéias, quando o Rô estava com cerca de um mês e eu super cansada, sem conseguir sair de casa (as ruas aqui perto são intransitáveis com carrinhos...), lembrei do sling. E corri procurar uma alternativa mais próxima de SP (leia-se: mais rápida e portanto mais adequada à minha situação de desespero).
Foi então que encontrei a Analy (que naquela época tinha o www.babywearing.com.br) e encomendei um sling, nem me lembro mais de que cor era. Ela ainda havia me prevenido que era melhor ver os tecidos ao vivo...Quando chegamos à slingada, me apaixonei pelo sling vermelho - e o Rodrigo também gostou da novidade. Ficou quietinho, com uns olhões bem abertos prestando atenção em tudo.
(Foi por meio da Analy que eu conheci a Materna e tenho certeza que essa rede de mulheres e mães maravilhosas foi fundamental para a minha experiência de ser mãe. As experiências partilhadas põem em xeque modelos estabelecidos, ampliam o repertório e abrem espaço para que a maternidade seja exercida a partir de um olhar atento aos nossos queridos filhotes - como são, e não como gostaríamos que eles fossem).
Bom. Daí que nunca mais paramos de andar de sling, né? Rodrigo estava com cólicas? Era colocá-lo sentado no sling, que tudo se resolvia; o problema era agitação? lá ia o menino para o sling passear pelo bairro; a mãe é que estava estressada? passeio na gente que em meia quadra caminhada tudo ficava mais tranqüilo... O Edu também adorava caminhar com o serzinho penduradinho.
Quando ele começou a comer frutas, íamos ao CEASA e o Rodrigo era a sensação dos vendedores. Vez em quando aparecia alguém para perguntar se ele não estava apertado, machucado etc. Mas em geral as pessoas se encantavam. Porque a segurança que o Rô sentia transparecia na carinha dele, na simpatia para com as pessoas...Pena que não temos foto dele sentado no sling, feliz da vida, comendo melancia (ou banana ou pêra ou mexerica já que ele ganhava pedaço de tudo quanto era fruta).
Ele está pesado para usar o sling agora. Mas isso não significa que tenhamos deixado de carregá-lo. Porque quando as costas começaram a reclamar, compramos um mei-tai (que está na foto). Cansei de fazer comida com ele amarrado nas costas. Às vezes ele estava com sono, mas não queria dormir, então eu o colocava nas costas e, mal começava a cozinhar, ele já estava dormindo.
Hoje usamos mais para passear e mais na frente (ele diz que tem medo de cair das costas). O fato é que ainda é muito gostoso carregá-lo pertinho de mim. No mei-tai, parece que estamos num abraço sem pressa e sem fim. Ele se aconchega e só vai curtindo a paisagem.
Não acho que colo e carinho des-eduquem ou deixem mal acostumado. Não mesmo. As crianças têm necessidades diferentes e o Rô desde pequeno exigia muito contato físico e proximidade com a gente. Se não fosse o sling, acho que teríamos pirado. O sling, assim, tornou possível dar a ele toda a proximidade que ele pedia sem que para isso tivéssemos que abrir mão de tudo e focar apenas nele. Porque a atenção de que ele precisava não tinha a ver com o olhar, o falar...Tinha a ver com pele, com o cheiro, com os ritmos do corpo.
Numa viagem para Londrina, perdemos o sling vermelho. Fiquei tão triste. Porque era um pano que embalara sonos, sonhos, descobertas e é como se parte dos primeiros anos do Rô tivesse ficado impresso nele, nas marcas, manchas e cheiros.
Fazer o quê? O mais importante, acredito, está impresso na memória e no corpo do Rodrigo. Um lugar-tempo de conforto ao qual ele sempre poderá voltar durante a vida.
Conheci primeiro os da Bettina, lá do sul. Achei tudo lindo e fiquei animada com a perspectiva de carregar o filhote daquele jeito. Mas o tempo foi voando, o Rodrigo resolveu nascer 3 semanas antes do previsto e eu até ia me esquecendo do tal do sling...
Mas como a necessidade é a melhor amiga das boas idéias, quando o Rô estava com cerca de um mês e eu super cansada, sem conseguir sair de casa (as ruas aqui perto são intransitáveis com carrinhos...), lembrei do sling. E corri procurar uma alternativa mais próxima de SP (leia-se: mais rápida e portanto mais adequada à minha situação de desespero).
Foi então que encontrei a Analy (que naquela época tinha o www.babywearing.com.br) e encomendei um sling, nem me lembro mais de que cor era. Ela ainda havia me prevenido que era melhor ver os tecidos ao vivo...Quando chegamos à slingada, me apaixonei pelo sling vermelho - e o Rodrigo também gostou da novidade. Ficou quietinho, com uns olhões bem abertos prestando atenção em tudo.
(Foi por meio da Analy que eu conheci a Materna e tenho certeza que essa rede de mulheres e mães maravilhosas foi fundamental para a minha experiência de ser mãe. As experiências partilhadas põem em xeque modelos estabelecidos, ampliam o repertório e abrem espaço para que a maternidade seja exercida a partir de um olhar atento aos nossos queridos filhotes - como são, e não como gostaríamos que eles fossem).
Bom. Daí que nunca mais paramos de andar de sling, né? Rodrigo estava com cólicas? Era colocá-lo sentado no sling, que tudo se resolvia; o problema era agitação? lá ia o menino para o sling passear pelo bairro; a mãe é que estava estressada? passeio na gente que em meia quadra caminhada tudo ficava mais tranqüilo... O Edu também adorava caminhar com o serzinho penduradinho.
Quando ele começou a comer frutas, íamos ao CEASA e o Rodrigo era a sensação dos vendedores. Vez em quando aparecia alguém para perguntar se ele não estava apertado, machucado etc. Mas em geral as pessoas se encantavam. Porque a segurança que o Rô sentia transparecia na carinha dele, na simpatia para com as pessoas...Pena que não temos foto dele sentado no sling, feliz da vida, comendo melancia (ou banana ou pêra ou mexerica já que ele ganhava pedaço de tudo quanto era fruta).
Ele está pesado para usar o sling agora. Mas isso não significa que tenhamos deixado de carregá-lo. Porque quando as costas começaram a reclamar, compramos um mei-tai (que está na foto). Cansei de fazer comida com ele amarrado nas costas. Às vezes ele estava com sono, mas não queria dormir, então eu o colocava nas costas e, mal começava a cozinhar, ele já estava dormindo.
Hoje usamos mais para passear e mais na frente (ele diz que tem medo de cair das costas). O fato é que ainda é muito gostoso carregá-lo pertinho de mim. No mei-tai, parece que estamos num abraço sem pressa e sem fim. Ele se aconchega e só vai curtindo a paisagem.
Não acho que colo e carinho des-eduquem ou deixem mal acostumado. Não mesmo. As crianças têm necessidades diferentes e o Rô desde pequeno exigia muito contato físico e proximidade com a gente. Se não fosse o sling, acho que teríamos pirado. O sling, assim, tornou possível dar a ele toda a proximidade que ele pedia sem que para isso tivéssemos que abrir mão de tudo e focar apenas nele. Porque a atenção de que ele precisava não tinha a ver com o olhar, o falar...Tinha a ver com pele, com o cheiro, com os ritmos do corpo.
Numa viagem para Londrina, perdemos o sling vermelho. Fiquei tão triste. Porque era um pano que embalara sonos, sonhos, descobertas e é como se parte dos primeiros anos do Rô tivesse ficado impresso nele, nas marcas, manchas e cheiros.
Fazer o quê? O mais importante, acredito, está impresso na memória e no corpo do Rodrigo. Um lugar-tempo de conforto ao qual ele sempre poderá voltar durante a vida.
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