sábado, 25 de abril de 2009

O mundo

Na hora de dormir, Rodrigo me pediu para ir fazer companhia para ele no quarto. Fomos eu e meu livro, que li uns cinco minutos porque o menino rodou, girou, "fritou", e então pediu para eu cantar "a música do boi-boi-boi". Cantei (ou cantamos, já que ele também cantou).

Acabei essa e cantei "Meu neném" (do Palavra Cantada). E depois ainda cantei "Minha Canção" (dos Saltimbancos). Pra terminar, contei de quando ele era pequenininho, e depois de dar mamá pra ele, eu ficava um tempão com ele no colo, cantando "Valsa para uma menininha", do Toquinho, embora eu cantasse menininho e, quando ele ainda estava na barriga, substituísse o "não cresça mais não" por um "cresça bastantão" :-)

Comecei a cantar e quando chegou na segunda estrofe, em que a música diz:

Fique assim, fique assim sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim e você...

Rodrigo me interrompeu:
- Mas mãe, o mundo não é ruim.

E eu concordei, "é, filho, não é".

Mas me deu vontade de continuar a cantar a música e explicar que, de vez em quando, o mundo parece sim ruim; talvez de vez em quando, ele até seja de fato. Quando a gente se desilude, quando a gente desacredita, quando a gente se desespera e só tem espaço pro bicho-papão.

Que bom, Rô, que pra você, pelo menos por enquanto, a vida é bem mais do que o bicho-papão. Que bom, filho, que mesmo com essa correria de ultimamente, essa tese que nunca termina, você sabe que o mundo é bom. Ou bão.

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