segunda-feira, 3 de agosto de 2009


Querido filho Rodrigo,

suas férias já acabaram e o mês, que era extenso e pleno de dias “vazios”, foi sendo preenchido rapidamente por momentos de descanso, visitas às avós, passeios, farras com as irmãs e também com uma porção de cheiros, beijos e abraços. Você cresceu, faz algum tempo que se sabe separado de mim, mas se aconchega, me dá beijinhos, pára tudo o que está fazendo para gritar “abraçôôô!”, abrindo amplamente os braços para me acolher. Vejá só: você cresceu tanto que agora podemos nos alternar na acolhida.

Uma delícia acordar com sua vozinha sorridente. Com a desculpa do frio que anda fazendo, cedo você vem para o nosso quarto, mostrando as mãozinhas –"olha, mamãe, tá gelado...” - pulando na cama para dividirmos um pouquinho de calor. Tanta doçura nessa proximidade; tanta leveza em despertar com suas curiosidades, descobertas e segredos. Você realmente tem a chave que dilata o tempo, filho.

(E estar perto com a desculpa de esquentar as mãos deve ser a estratégia charmosa que você herdou do seu pai: na primeira vez que ele e eu saímos, a uma certa altura, seu pai notou que minhas mãos estavam muito geladas e se ofereceu para esquentá-las. Quando você inventa esse jeito de estar perto, está rememorando essa história de amor feita de um dar as mãos que se repete desde aquele dia).

Você já voltou às aulas; seu pai já-já volta ao trabalho; suas irmãs voltam para a outra casa delas; eu já volto a procurar uma nova rotina. A vida segue seu fluxo e a gente volta a mergulhar nos ritmos cotidianos.

Mas me sinto grata por este mês em que, ao invés de seguir, pudemos parar para te olhar: tão lindo, tão grande, tão parecido com você mesmo.

Te amo muito, filho, todo dia mais um pouquinho. E depois dessa convivência tão intensa, te amo de um amor multiplicado por mil: transbordamento de calda quente no meu coração.

Beijoca na ponta do seu nariz-meleca.

4 comentários:

Mauricio disse...

E, nada a ver, você me fez perceber um significado de agosto para o qual eu nunca tinha atentado antes: a volta a um tempo vazio de significados (tb chamado de "vida cotidiana", no sentido ruim do termo)...

Paloma Pajarito disse...

ai ai aai :D muitíssimo feliz fiquei! - escolas são sempre outro motivo de mais descobrimento e aprendizado; escreve hein, mamãe bonita de rodrigo! :D - maravilhosidades pra vcs!

fabiana jardim disse...

É, Maurice, acho que vc tem razão. Apesar das férias de dezembro e janeiro também serem extra-cotidianas, como elas são marcadas por rituais de renascimento e renovação, talvez por isso fevereiro não sofra do mesmo mal de agosto: é recomeço, não retorno. Já agosto... é a dobra do cabo da boa esperança do ano :-) Beijos!

fabiana jardim disse...

Paloma, querida: maravilhosidades pra você também ;-)