quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

São Paulo, 1 de março de 2005

Querido Goham,

faz apenas alguns dias desde que descobrimos que você estava chegando para fazer parte das nossas vidas. Pouquíssimos dias, aliás, apenas 3. Ainda assim, como gosto de escrever e como seu que as palavras podem ser presentes e expressão de carinho - fazendo o carinho perdurar indefinidamente -, resolvi te escrever.

Antes de mais nada, é preciso te dizer que você não vai realmente se chamar Goham. É só porque neste momento, você é menor do que um grão de arroz; na verdade, você é um amontoadinho de célulazinhas, todas juntinhas, como o goham...É também porque a sua mãe tem uma ânsia de pôr nome nas coisas, para entendê-las e amá-las melhor, e isso não seria diferente com uma criaturinha tão querida como você.

Você está chegando numa família que já não é muito pequena - você terá duas irmãs, quatro primos (um deles, o D., é o mais perto de você), além de avós, tios, a Sofia (que é o gerbil aqui de casa e também a razão pela qual você não se chamará Sofia se voc~e for uma menina), e mais um monte de amigos muito queridos que, com certeza, também farão parte da sua vida.

Por enquanto é isso. Espero continuar escrevendo para você bastante tempo. É um jeito de me convencer de que você existe, está aqui, na minha barriga que bem começou a crescer... Quando você for maior, quanto tiver que entender e enfrentar seus próprios problemas, provavelmente escreverei para você também. Daí não mais para me convencer de que você existe, mas para - como fazem as mães - te ajudar a existir com calma.

Muitos beijinhos,

sua mãe, Fabiana

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