sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

2009

Você cresceu tanto. Neste mês de convívio tão intenso deu para relembrar o quanto crianças crescem rapidamente: aprendem tanto, a cada dia, todos os dias... Você se impressiona com histórias cotidianas, as conta e reconta até acomodá-las em algum lugar do seu corpo. Já diz ontem e amanhã quase sempre acertando o tempo - meu menino feito de passado, presente e futuro, cabe tanta coisa no seu "amanhã". Quase tantas quantas cabem no seu "quando eu for grande".

Mas você já não é uma pessoa tateando o mundo às cegas: agora tem "ontens", tem histórias e lembranças. É lindo, lindo vê-lo crescendo assim.

Você está na fase dos por quês, pergunta, re-pergunta, checa mil vezes a informação.; quase me enlouquece. Mas não tenho coragem de não te responder: quero que você saiba que estou com você, na curiosidade e na descoberta do mundo. Você também testa limites, oscila entre ser grande e se recusar a crescer. Canta (e como!), conta (e como!), inventa (e como!). Feito esponjinha, absorve o mundo à sua volta e se torna maior, mais denso, mais estranho - não porque esquisito, mas porque definitivamente outro. Nos estranhamos, nos reconhecemos diferentes. Misturamos amor e raiva, vontade de ficar perto e necessidade de nos afastarmos. Impressionantes os movimentos dessa individuação: sua e minha também, já que a experiência de ser duas em uma me tornou possível um novo começo. Você nasceu. Eu renasci.

Do ano novo que começa, é só o que desejo: que seja possível renascer.

"...trilhar as estradas que não trilhei
romper as portas trancadas por mim.
E assim minhas mãos saberão dos meus pés
e assim renascer
e assim renascer" (Altay Veloso)

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