sexta-feira, 22 de junho de 2012

o caso da fada dos dentes

Rodrigo e a Fada dos Dentes são grandes pen-pals: desde que o primeiro dente do Rô caiu que eles trocam bilhetes, além de dentes por moedas. Foi assim que rodrigo descobriu que a letra da fada era minúscula, que fadas também fazem xixi, e que pesa muito voar carregando moedas (por isso, quando o dente caiu na praia, a fada deixou uma nota, pois não ia conseguir descer a serra carregando tanto peso!). Foi assim também que ele levou bronca da fada por deixar para ela um dente cariado.
Pois bem. Eis que quarta-feira mais um dente caiu. Rodrigo veio muito animado me contar a novidade. E já avisou que ia pedir notas invés de moedas. Como agora ele já escreve, ele mesmo pegou o papel e escreveu o bilhete.
O bilhete dizia: "Dona Fada, você pode mi dar duas notas de 5 *". O asterisco na verdade era um borrão, que eu não sabia se era um erro ou o ponto de interrogação riscado.
No dia seguinte, Rodrigo acordou e procurou debaixo do travesseiro. E não é que estavam lá as duas notas de R$5,00? Aí, ele veio todo decepcionado lamentar-se com o pai: "Poxa, eu pedi duas notas de 50 e a fada só me deu duas de 5!". Acho que a Fada precisa arrumar uns óculos. Ou um trabalho que pague melhor, vai saber!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

constatação

Trabalhando (ou tentando), escuto ao longe a gargalhada do Rodrigo - assistindo um desenho ou lendo um gibi da Mônica.
E a gargalhada dele tem uma ponta afiada que estoura pluft a bolha fina do meu coração de mãe.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

lição de ferramenta

Na hora do jantar, a Julia comenta que um de seus professores irá se aposentar no próximo ano. Como Bia e eu também tivemos aula com ele, começa a conversa:
Eu - mas ele não deu este semestre Brasileira I? Ele dava Brasileira I.
Bia - eu fiz poesia modernista com ele.
Eu - que era Bandeira e Drummond, né?
Bia - isso.
Eu - Era Brasileira I. E eu fiz também Brasileira IV.
Bia - Machado?
Eu - É. Ele dava Machado.
Rodrigo (até então só escutando) - o professor ensinava a usar o machado e aí você cortava lenha?
Nós todos - !!!!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

extensão

Rodrigo perguntadeiro, tateando o mundo:
- mãe, quantas horas tem a noite?
- como assim, Rô?
- se o dia tem 24 horas, quantas horas tem a noite? 24 também?
Olha, bem que eu queria uma unidade dia-noite de 48 horas, só para poder prestar mais atenção nessa criaturinha que cresce, fervilhante :-)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

matchmaker

Chuva, frio... vou buscar Rodrigo na escola de táxi. Pego o menino, que logo me dá uma bronca por eu ter chegado dois minutos inteiros atrasada. Fácil...
No carro, ele me chama de vovózinha, não sei exatamente por que.  E aí começa o seguinte diálogo:
- Rô, eu só vou ser vovózinha se uma das suas irmãs resolver ter filho logo.
- Hã?
- É, filho. A Bia tem a idade que eu tinha quando casei com o seu pai, sabia?
- (pensa um pouco) O papai foi seu primeiro marido?
- (dando risada) Sim.
- (curioso) E quem vai ser o segundo?
- (desconcertada) Rô! A gente casa pensando em ficar junto, filho. Se tudo der certo, não tem segundo marido! É pra ficar junto pra sempre.
- (rindo) pra sempre?! Rárárá, vai ficar velhinho...
- É essa a ideia, Rodrigo.
Posso com isso?!

domingo, 3 de junho de 2012

liçao de botânica

No piquenique de hoje, Neide conduzia um pequeno exército de crianças, a descobrir as árvores frutíferas da praça. Muitas pitangas, muitas nêsperas... e até café e tomates e mangas e mesmo girassóis.
Na beira da praça, chegamos a um jatobá. Rodrigo, sempre ouvindo apressado, se espanta "chatobá?". E se diverte: "acho que é um idiotabá", "ah, não... é um egoístabá"!
E aí a lição de botânica virou de gramática: na lista das coisas a aprender, Rodrigo já pode riscar prefixos :-)