ainda que você resista à ideia, hoje finalmente consigo te convencer a ir cortar o cabelo. e sempre me assusto ao redescobrir o desconhecido que você é para mim ao mesmo tempo em que relembro os pedaços meus e do seu pai que você carrega: as sobrancelhas do seu pai, os meus olhões ainda mais enormes na ausência da franja comprida... e também as feições de menino, cada dia mais longe do bebê e da criança que me pareciam mais próximos, mais meus. você pela casa, após o banho para se livrar dos restinhos do corte - praticamente uma nova pessoa.
levo você a cortar o cabelo, mas quem fica frágil e vulnerável sou eu: mãe um pouco boba, assustada como se você não houvesse crescido cada dia um pouquinho. surpresa como se você virasse gigante depois de uma porção de cogumelos mágicos. o coração derretendo no calor de te rever com o mesmo amor e curiosidade quando logo depois do seu nascimento.
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