terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Tia Pinky Dinky Doo


Nesse feriado de carnaval, um dos programas obrigatórios foi visitar a "vovó vigínia", já que o Rô estava há vários finais de semana pedindo para ir vê-la. Minha irmã também mora em São José e o Rô e o primo se dão super bem e se adoram, de modo que a visita à avó incluía muitos planos de coisas para eles fazerem juntos.

Mas dessa vez não é coisa do Rô que vou contar, não. É do Diego, mesmo, meu sobrinho, de quatro anos.

Eu nem me lembro do que estava falando, acho que estava explicando alguma coisa para a Juju (minha sobrinha mais velha) ou então tentando enlouquecer o Rodrigo com os trocadilhos que faço de vez em quando a partir das perguntas dele.

Fato foi que minha mãe comentou, pro Diego:
- Essa sua tia Bibi!
Ao que ele respondeu:
- Ela é cheia de palavra! Igual à Pinky Dinky Doo...

Imagem: http://archive.sesameworkshop.org/aboutus/pressroom/presskits/pinkypress/character_bios.php

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Interjeições


Rodrigo agora deu para usar umas interjeições engraçadas. É só a gente fazer alguma coisa com a qual ele não concorda, que lá vem um:
- Ei, mamãe! Eu não queria desse jeito!
Ontem, perguntei pra ele onde estava o brinquedo, aí ele me respondeu:
-! Tava aqui...

Vira e mexe também rola um: - Puxa, mamãe!
E, quando acontece um acidente, percebo como minhas expressões são cristãs: é um tal de
- Vixi Maria!
- Meu Jesus Cristinho!
- Virge Maria José!
Mas o melhor foi um dia, em que um brinquedo rolou para debaixo de um móvel na sala e escutei:
-Ô, Cristo Rei!
Para xingar, ele inventou há muito tempo a ótima expressão 'porcaramba', que deve ser uma contração de porcaria com caramba. Imaginem o toquinho de gente, olhando um estrago e exclamando, de mão na cabeça:
- Ai, que porcaramba!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Dia do Vermelho


Hoje, quando acordei (às 7h do horário novo) Rodrigo já estava acordadíssimo - desde às 5h40, do horário novo :-( - tinha tomado banho e o Edu tinha colocado blusa e calça vermelho-bombeiro na criança.

Quando vi, comentei:
- Rô! Você está de tomatinho vermelho!
Mas ele me explicou: - Não, mãe, estou parecendo o Homem-Aranha...
Vá lá...Até que tem bastante vermelho na roupa do Aranha...

Mais tarde, virei pra ele e comentei, feliz:
- Meu Zé-moranguinho!
Ao que ele, sem nem passar recibo:
- Minha Zé-catchup!

Juro que não sei de onde saem essas coisas!

Imagem: www.gettyimages.com

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Por quês


Sexta, quando fomos buscar o Rô na escola, a professora dele contou que, enquanto ela estava o ajudando a pôr os sapatos, deu-se o seguinte diálogo:
- A., porque a gente tem dois pés?
Ela, rindo: - Porque senão teríamos que andar como sacis, Rô!
Ele, refletindo e sério: - É mesmo...

Hoje, eu e ele preparando gelatina e o Edu lavando louça:
- mãe, por que o papai é limpadeiro?

E eu que achava que a fase dos por quês ia demorar mais uns três anos...

Imagem: www.gettyimages.com.br

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Despedidas


Você parece não gostar de despedidas. Desde pequenininho, quando alguém vai dar tchau, você vira o rosto e fecha a cara, e não há meios de te fazer falar tchau. Você só diz tchau se for você a ir embora, a depender de sua vontade de voltar para casa. Mas se alguém estiver se despedindo...não tem conversa: vai ter que ir embora sem levar o seu sorriso ou o seu beijo.

Quando eu vou sair, você inventou uma fórmula derrete-corações para me seduzir e me fazer querer ficar. Você me olha com os olhos bem abertos e, na voz mais doce do mundo, me pede: "mãe, não vai embora de mim". E sempre me dói o coração, porque queria que você aprendesse que, mesmo longe, nunca irei embora de você - ao contrário, faço tudo que posso e conheço para que você tenha por dentro um quentinho, um colinho, um abraço-bem-apertado que te dê coragem para caminhar pelo mundo. Sou mãe, filho, e não tenho ilusões: de nós dois, é você quem vai embora. A mim, me resta ficar aqui, bem firme e bem parada, para que você tenha para onde voltar.

Talvez você sinta tanto as despedidas por ter tido que aprender cedo a conviver com elas. Afinal, suas irmãs vêm e vão, todas as semanas, sem que você possa entender bem por que - ainda que a gente te explique. Provavelmente mais ainda devido às explicações, que te ensinam precocemente que o amor acaba. E quisera eu te ensinar que esse, que acaba, é só um tipo de amor dentre os amores possíveis, que tem outros que não acabam, ao contrário, se multiplicam: é assim com suas irmãs. Depois que você nasceu, aprendi a amá-las ainda mais e sei que você abriu dentro delas um imenso espaço para o amor. A dificuldade da despedida, querido, às vezes é só a medida do amor.

Você acorda e me pergunta: "cadê a Bia e a Júlia", como se tivesse se esquecido da explicação: todas as vezes a mesma surpresa e a mesma frustração de não tê-las por perto. E você ainda me explica: "mas eu gosto delas". E a sua incompreensão me esclarece que não é tão fácil assim essa coisa toda de família moderna.

Ao longo da vida, Rô, a gente vai aprendendo a diferenciar as despedidas, vai aprendendo que algumas são só temporárias, outras mais duradouras, outras - ainda - para sempre. Vai aprendendo que dá para inventar presenças e que, às vezes, basta saber que a outra pessoa existe para não se sentir desamparado. A gente aprende, filho, a carregar quem a gente ama.

tem os que passam/ e tudo se passa/ com passos já passados
tem os que partem/ da pedra ao vidro/ deixam tudo partido
e tem, ainda bem,/ os que deixam/ a vaga impressão/ de ter ficado (Alice Ruiz)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

nossa língua portuguesa

Rodrigo e eu conversando no sofá, ele com a cabeça no meu colo e mexendo no meu colar:
- Puxa, manhê, o seu colar tá quebrado.
- Não, Rô, aqui é o fecho, por isso é diferente.
- Mas o meu colar do homem-aranha não tem fecho...
(aí ele pára - vou continuar usando o acento, tá?-, pensa e solta:)
- Aliás...onde é que foi parar o meu colar?
Aliás, gente, o menino sabe usar aliás! Orgulhão!